quarta-feira, 17 de julho de 2019

Professor Jair Molina explica fenômeno ótico


Professor Jair Molina explica fenômeno ótico 

Na última terça-feira, 16/07, o professor do curso CINEMA UNISUL, Jair Molina Jr., foi acionado pelo portal de esportes do site Uol para explicar um fenômeno ótico da bola "quicando" em escanteio, ato que ocorreu na partida entre Chapecoense e Atlético-MG do último domingo, pela 10ª Rodada do Campeonato Brasileiro Brasileiro. 

Confira a reportagem abaixo: 

Entre os lances que se destacaram na partida Chapecoense 1 x 2 Atlético-MG do último domingo, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro, um deles acabou chamando talvez mais atenção que os gols na Arena Condá. Nas redes sociais, o vídeo de um escanteio a favor do time catarinense no fim do segundo tempo "viralizou". 
Nas imagens, a bola sobe, "quica" no ar e chega à área. Augusto recebeu e finalizou, mas Cleiton defendeu e Gum acabou mandando para fora no rebote.

Confira o vídeo aqui. 

Muita gente especulou a respeito do desvio da bola nas imagens. Seria um fenômeno sobrenatural? Um toque em um cabo de aço? Um efeito incomum na bola? Uma ilusão de ótica? 

Em contato com a reportagem do UOL Esporte, a assessoria de imprensa da Chapecoense confirmou que não haveria ali qualquer objeto no qual a bola poderia ter tocado. E mesmo um desvio no ar é uma hipótese improvável, segundo a física. 

Em contato com a reportagem do UOL Esporte, a assessoria de imprensa da Chapecoense confirmou que não haveria ali qualquer objeto no qual a bola poderia ter tocado. E mesmo um desvio no ar é uma hipótese improvável, segundo a física. 
"Olhando assim, o refletor está muito longe. A bola não passa perto de alguma luz. Eu estava imaginando que poderia passar por algum lugar quente, e no ar aconteceria isso", explicou Mikiya Muramatsu, professor sênior do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (Ifusp), descartando a mudança de pressão atmosférica como causadora do efeito. 

"Para você mudar a trajetória, você precisa ter uma força. Precisa ter uma variação razoável. Vi que (a bola) estava no lugar mais alto possível; na queda, dá uma quicada na bola. Poderia ser que, momentaneamente, deu uma variação local na pressão. Seria a única explicação", acrescentando. 

Mas se o desvio mediante variação de pressão não seria possível no caso, qual seria a explicação? Para o professor Muramatsu, "pode ter sido algum chacoalhão na câmera, ou pode ter passado algum pequeno defeito, uma sujeita, que dá aquela descontinuidade na imagem". Seria uma pista?...

Fenômenos óticos 

A reportagem então procurou Jair Sanches Molina Jr., professor no curso de Cinema e Audiovisual pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e mestre em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA-USP (2017). Ao analisar as imagens, ele identificou três fenômenos óticos que, aliados ao movimento da bola, provocaram a ilusão no vídeo: uma panorâmica da esquerda para a direita, uma tilt down (movimento de cima para baixo) e um zoom out (abertura do quadro).

"Esses três movimentos fazem com que a câmera tenha que corrigir o frame que vem depois do frame que estava antes. Se fosse só uma panorâmica, a câmera corrigiria automaticamente", explicou. "O zoom é o grande fator que propicia esse 'quique'. É uma objetiva zoom. Essa noção de variação de um foco para o outro cria esse efeito", acrescentou. 

De forma simplificada, a situação é semelhante ao que acontece quando alguém fora da água olha um objeto submerso. Em casos assim, é possível notar o desvio da luz, fazendo com que o objeto seja visto como supostamente encolhido ou destorcido. Tudo aparência, é claro.

No zoom out da imagem, mudando do quadro fechado para o quadro aberto, a luz passa por diferentes lentes, o que faz com que a câmera tenha que corrigir os frames. Como a bola é o objeto em movimento na imagem, é nela que se percebe a correção. Em outras câmeras, o suposto desvio não foi registrado. 

"O fato é que a bola está em movimento junto aos movimentos da câmera, e não percebemos o mesmo efeito sob os jogadores que estão atrás da rede, facilitando a percepção deste efeito apenas na bola", explica o professor Jair Molina Jr.


Confira a reportagem no link.

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