quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Zeca Pires fala sobre o Cinema Catarinense na abertura do Planeta.Doc



Aconteceu na noite de segunda-feira (26), às 19h30, na Assembleia Legislativa, a abertura do Planeta.Doc, festival internacional de cinema socioambiental. O evento acontecerá entre os dias 26 de outubro a 15 de dezembro, com exibição gratuita de 80 filmes em diferentes locais de Florianópolis.

Foram selecionadas algumas das mais importantes obras mundiais do gênero, premiadas em eventos como Sundance, Cannes e Festival de Cinema de Berlim. Entre as produções internacionais estão ‘Planetary’, de Guy Reid (seleção oficial do Washington DC Film Festival), ‘Love Thy Nature’, de Sylvie Rokab (ganhador do Cosmic Angel 2015), ‘Transgenic Wars’, de Paul Moreira (vencedor do FICA 2015), ‘O Sal da Terra’, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado (ganhador do César de melhor documentário). Dos brasileiros, ‘O Menino e o Mundo’, vencedor do Prêmio Cristal no 38º Festival de Cinema de Animação de Annecy, na França, considerado o maior prêmio mundial da categoria, e ‘O Veneno Está na Mesa II’, novo documentário de Silvio Tendler.

Durante o evento de abertura, o cineasta catarinense Zeca Pires (diretor de A Antropóloga) falou sobre a condição do cinema catarinense atual, que depende em muito dos editais de apoio à cultura para o seu funcionamento. Segundo ele:

Falar sobre o Cinema Catarinense é falar também sobre o cinema regional, que tomou força a partir do ano 1990 – antes disso, alguns surtos importantes -, realizado por uma geração de cineastas (na qual eu também me coloco) que definitivamente tornou a criação dessa arte, um processo irreversível e colocou Santa Catarina no mapa do cinema nacional. Esse cinema, que é também universal – aliás a imagem é a linguagem mais falada no mundo – tomou um maior impulso com a criação de mecanismos de fomento e instituições culturais e audiovisuais. O edital de apoio ao Cinema Catarinense, criado em 2001 a partir da Cinemateca Catarinense, com a aprovação do Governo do Estado, é o sistema que mais impulsiona essa economia criativa em Santa Catarina. Aqui faço um parêntesis e em nome de todos os realizadores, produtores e cineastas do Estado, solicito que os atuais deputados dessa Casa, que em 2002 tornou esse edital uma lei aprovada por unanimidade pelos deputados de então - não deixem que esse sistema seja interrompido e que façam o governo, através da SOL, a honrar essa lei anualmente. Fecho parêntesis.
As faculdades de graduação em cinema da UNISUL e da Universidade Federal de Santa Catarina vêm criando gerações de cineastas talentosos que estão produzindo bons filmes e também procurando meios para viabilizar produções mais ambiciosas.
Fazer cinema é tarefa difícil em qualquer lugar do mundo!
Lembro o que li sobre cineasta italiano Federico Fellini, adoentado na cama dizia ao seu assistente: “nós construímos Boings e nos faltam aeroportos”. Manuel de Oliveira, numa homenagem recebida em Cannes, completou: “os Festivais são nossos aeroportos seguros”. Por isso, ratifico a importância dos Festivais como FAM (Festival Audiovisual do Mercosul), a Mostra do Cinema Infantil e o mais jovem Planeta.doc que vem com um grande apelo para a vida, para nosso olhar ao meio ambiente, do qual somos parte. Vida longa para o Planeta.Doc !


A programação completa do Planeta.Doc pode ser vista aqui.

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