terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Premiado na Mostra Fita Crepe de Ouro é considerado um dos melhores filmes da década

O Estado de Minas traça um paralelo entre a angústia do encerramento da década com as transformações da indústria cinematográfica, abordando a reconfiguração do mercado exibidor com a chegada dos serviços de streaming e a abertura para a diversidade de idiomas, cores, perspectivas e atenção à injustiças sociais. Considerando as indicações e premiações do cinema brasileiro nos principais eventos do mundo, como Oscar e o Festival de Cannes, o portal, à pedido do Estado de Minas Gerais, selecionou profissionais do setor do audiovisual para listar os 10 melhores filmes da década. "As escolhas refletem a força do audiovisual brasileiro." diz o portal.






O filme A Morte Branca do Feiticeiro Negro do estudante Rodrigo Ribeiro (Cinema/PB), um dos premiados na Mostra Fita Crepe de Ouro, é incluído na lista de destaque nos últimos 10 anos por dois profissionais do audiovisual (Junia Torres - documentarista e coordenadora do forumdoc.bh, e Pedro Butcher - jornalista, pesquisador e crítico de cinema), ficando ao lado de "Bacurau", "Parasita", "Corra!", "Temporada", "Branco Sai, Preto fica", "Baronesa", "O Lobo de Wall Street" e entre outros.

“Como toda lista, essa é profundamente pessoal e o retrato de um instante. Ontem teria outra forma, amanhã seria diferente. Era para ser uma lista de 10, mas ficou com 15 títulos de diferentes durações e formatos – não consigo pensar uma lista diferente no momento. As escolhas recaíram sobre trabalhos que me comoveram e/ou me moveram com diferentes graus de intensidade. Pensando em muitos deles hoje, acredito que, de alguma forma, traziam uma sensação do que estava por vir. (...)"  (PEDRO BUTCHER)

"A Morte Branca do Feiticeiro Negro" aborda "memórias do passado escravagista brasileiro transbordam em paisagens etéreas e ruídos angustiantes. Através de um ensaio poético visual, uma reflexão sobre silenciamento e invisibilização do povo preto em diáspora, numa jornada íntima e sensorial." O diretor, Rodrigo Ribeiro (formado no curso de Cinema da UNISUL, premiado no FITA CREPE DE OURO) relata: 

“Levar dois prêmios em um festival tão tradicional e prestigiado como o de Brasília é algo muito especial, sem dúvida. Apresentar nosso documentário que trabalha com memória e imagens de arquivo, em especial fazendo uso de “O País de São Saruê” de Vladimir Carvalho, que é uma instituição do cinema nacional com enorme identificação com Brasília, tornou tudo mais bonito e especial, em um ano tão difícil como 2020. E mais do que um ganho individual, o prêmio de “Melhor Direção” representa uma vitória de realizadores pretos que conquistam espaços que supostamente não era para ser nosso, vide a tamanha discrepância de atuação e oportunidades entre brancos e pretos na função de diretor. Desde a base educacional, diga-se. Sempre faço questão de ressaltar que sou fruto de políticas públicas, de ações afirmativas – uma reparação mais do que justa à populações carentes e historicamente desprivilegiadas, em que sem elas eu jamais teria acesso ou condições de estudar Cinema. Curso de Cinema que - juntamente com outras áreas das artes e humanas - merece toda atenção e devido cuidado dentro das instituições de ensino, em tempos que a cultura e o pensamento crítico vêm sofrido seguidos ataques, vindo das mais diversas direções. Artistas e realizadores, professores e alunos, devem se manter ainda mais unidos e solidários num momento delicado como esse.”

Confira a lista completa:



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