quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Formados no curso de Cinema da UNISUL Carol e Sabiá seguem firmes no mercado de trabalho


Quando o sonho, a profissão e a família caminham juntos

A menina que cresceu fazendo teatro e comerciais de televisão, encontrou na atuação um caminho profissional para seguir. Ao prestar o vestibular, Carolina Medeiros tinha em mente que artes cênicas seria o curso certo, entretanto ainda não tinha experimentado participar das outras etapas de elaboração de um espetáculo ou comercial. Quando teve a oportunidade, ampliou sua percepção. Após uma colega convidá-la para participar de um workshop de produção, o audiovisual a encantou de modo que precisou repensar seus planos. Para ela, os bastidores também ficou muito atrativo.
Carolina levou seus planos adiante. Ingressou no cursou Cinema e Audiovisual na Unisul unidade Pedra Branca, em 2001. Na universidade conheceu seu marido, anos depois montaram uma empresa, se mudaram para Urubici, e hoje o casal tem uma filhinha. Mas, como a vida da menina que brilhava na frente das câmeras tomou esse rumo? Um longo caminho precisou ser percorrido para que Carolina construísse a vida que tem hoje. Vamos conhecer um pouco dessa história.
O curso de Cinema e Audiovisual ainda estava iniciando na Universidade, era tudo muito novo, Carolina fazia parte da quarta turma existente do curso naquela época. Conciliava os estudos com o emprego na agência de modelos Ford Models, onde inicialmente era secretária e após sete anos, virou booker – função que presta assistências às modelos da agência. Para ela, essa foi uma experiência agregadora na área de produção. Ficava nos bastidores e ajudava as modelos nos comerciais o que também foi um incentivo na escolha de sua pós-graduação. “Comecei a trabalhar na parte de designer gráfico dentro da agência e também me encantei por essa área, me identifiquei por ser muito parecido com a produção. Busquei me especializar, fiz muitos cursos práticos e fiz uma pós-graduação em Designer de Estratégias Corporativas’’, explica.
Voltando alguns anos na história, além da paixão pelo o universo da produção audiovisual que o curso de cinema proporcionou, outra paixão também entrou na vida de Carolina no seu último ano de faculdade. No último semestre, destinado ao trabalho de conclusão de curso (TCC), Carolina precisava produzir um vídeo curto individualmente e um filme em película que seria feito com a turma inteira. Entretanto, na época não eram muitas pessoas que sabiam mexer com a câmera, até que Mara Salla, atual coordenadora do curso de cinema da Unisul e na época, colega de turma de Carolina, convidou Marcelo Sabiá para ajudar a turma a produzirem o filme.
‘’Mara falava muito dele, as pessoas comentavam, ‘nossa o Sabiá é muito bom’ e ele já tinha ganhado alguns prêmios de fotos na faculdade também. Quando chegou o dia que fui conhecer ele, era uma reunião, na praça de alimentação da Unisul. Eu lembro que a gente entrou na praça e ele estava lá sentado com mais um colega de sala, os meus olhos já brilharam. A gente conversou e eu achei ele muito interessante. Tivemos três dias de gravação do curto em película da turma, em meio a isso, a gente se falava durante as gravações’’, relembra.
Com a correria de final do semestre e com o filme em película já finalizado, Carolina achava que não veria Marcelo com tanta frequência, entretanto ainda tinha o vídeo individual para produzir. Carolina havia pedido ajuda de uma colega de sala para ser sua assistente de direção no projeto, mas a amiga não pode se comprometer. Ela acabou conseguindo uma ajuda muito especial. Após a colega pedir para Marcelo ajudar, ele aceitou e se tornou o novo assistente de direção de Carolina.
“Não éramos da mesma turma, mesmo ele sendo mais velho, ele vinha de outras faculdades também e de Porto Alegre, então na verdade eu ia me formar antes que ele. Foram praticamente quatro meses de trabalhos juntos, quase todo dia, direto. Fizemos o filme e depois disso começamos definitivamente o namoro, isso foi em 2005’’, relata.
A ideia de morar em Urubici surgiu em 2007, quando Carolina estava caminhando com seu namorado e sua mãe no parque de Coqueiros. A caminhada trouxe a eles uma ideia, pegar o carro e visitar algum lugar. ‘’Marcelo sempre foi uma pessoa muito do mato, do frio, então ele queria conhecer Urubici e minha mãe por já ter morado em Lages, na Serra Catarinense, topou na hora’’, conta. Carolina e sua família passaram um final de semana em Urubici, ao se despedirem da cidade no final do passeio, Marcelo lançou uma promessa: ‘’Um dia vamos morar aqui’’.
O dia chegou no ano de 2009. Carolina tinha um sonho que não era relacionado ao Cinema ou Designer. Gostaria de abrir um café com arte, com livros e com filmes. Ela procurou por espaços para realizar isso em Florianópolis, mas não encontrou. Após pedir demissão do seu antigo emprego na Ford Models, sentindo que precisava expandir seu conhecimento e entrar no empreendedorismo, Carolina e Marcelo se casaram, mudaram-se para Urubici e lá construíram o estabelecimento e também foi onde a produtora do casal nasceu.
“Achamos um lugar, reformamos, construímos um café, mas ao mesmo tempo em que a gente tinha a parte do café, havia também, a produtora, pois o Marcelo não parou. A gente se dividia, de vez em quando ele ia para Florianópolis, ou para alguns outros lugares, pegava uns trabalhos, viajava e voltava e eu fiquei cuidando do café. Foi onde eu coloquei em prática o que aprendi na minha pós-graduação. Conhecemos muita gente, foi um início numa nova cidade muito legal’’, conta.
Após três anos cuidando do café, ao mesmo tempo que a produtora começava a deslanchar, entrando muitos trabalhos e solicitações de viagens, Carolina tece que encerrar as atividades no café e voltar para o audiovisual. “Como a cidade é pequena, começamos a ter clientes para produtora, como pousadas. Surgiu muito também essa parte de designer gráfico, foto, então a gente começou a desenvolver a empresa focada nisso, entramos na parte de marketing, trazendo o audiovisual, o designer e as fotos’’, ressalta.
Para ela a parceria com o marido é maravilhosa. ‘’A gente se complementa nos trabalhos, então ele faz o que eu não sei fazer e eu faço o que ele não sabe, é muito bacana por causa disso. Nós nos ajudamos muito’’. Em meio a isso, Carolina também concilia o papel de mãe. É um caos organizado. Tenho que conciliar casa, filha, empresa e estudos. Tento me organizar, tenho umas tabelas de horários, é complicado, mas é possível e maravilhoso. Na luta a gente faz acontecer e descobrimos como nós mulheres somos guerreiras’’, ressalta.
Atualmente, Carolina está fazendo uma especialização em marketing digital, como uma forma de ajudar no crescimento da empresa e desenvolver melhor a relação entre o cliente e os produtos oferecidos. Paralelo a isso o casal também desenvolve projetos culturais na cidade de Urubici, produzindo documentários e também participando ativamente de projetos sociais que auxiliam na política da região. “É aquela frase: começe a mudar o mundo por si mesmo e ao seu redor. A gente tenta mudar o nosso redor participando de tudo que a gente pode participar, com o objetivo de melhorar a nossa qualidade de vida, a qualidade de vida da nossa cidade, pois isso vai refletir na vida da nossa filha’’, conclui.

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